domingo, 16 de maio de 2010

01.03.10
Instituto Claro é um dos patrocinadores da oitava edição da Febrace
Por Marcella Petrere

Estudantes e pesquisadoras:
Camila Léda, Layla Adriane e Beatriz Gonçalves
Escola Santa Teresinha, em Imperatriz (MA)

Realizada anualmente, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) reúne projetos de alunos do ensino fundamental, médio e técnico do Brasil inteiro. 2010 marca a oitava edição do evento, que é organizado pelo Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP e, este ano, conta com o patrocínio do Instituto Claro.

Com realização entre os dias 9 e 13 de março, a Febrace terá apresentações de 280 projetos, escolhidos entre mais de 1.200 inscritos. Entre os finalistas, uma parte significativa envolve temas de relacionados à educação e à tecnologia.

Os jovens que participam da feira serão os estudantes universitários dos próximos anos, o que sugere boas novas para a educação do país no futuro: "Tivemos mais de 100 avaliadores na primeira fase, que fizeram grandes elogios aos projetos. Não só pela crescente quantidade de inscritos, mas sim por um aumento de profundidade. Há idéias excelentes e originais, que devem ser levadas adiante", diz Roseli de Deus, coordenadora geral da feira.

A tecnologia está presente em quase todos os projetos, como objeto de estudo, como meio de registrar a experiência ou como a maneira natural de viabilizar o trabalho. Os jovens estão imersos na cultura tecnológica, e isso se reflete na escola. "A juventude de hoje é bastante receptiva e curiosa. Essa garotada especial e protagonista só precisa encontrar professores especiais, que não estejam preocupados em apenas utilizar a tecnologia, mas sim em modificá-la para nossa vida, em desenvolver soluções para os nossos problemas cotidianos", afirma Roseli.

Ao longo da história da Febrace, vários projetos interessantes para educação já foram apresentados, alguns deles envolvendo celulares e outros dispositivos móveis. Este ano, por exemplo, alunos de uma escola maranhense inscreveram "A influência do uso da câmera fotográfica digital no comportamento e aprendizagem dos estudantes adolescentes de Imperatriz", um dos trabalhos finalistas.

"Percebemos que o uso dessa ferramenta, apesar de amplo, raramente é voltado para a aprendizagem, se limitando à diversão. Então resolvemos desenvolver um trabalho que direcionasse o uso da câmera fotográfica nas escolas para a aprendizagem, aproveitando uma temática de interesse do adolescente", diz Camila Bezerra Arruda Léda, uma das três jovens pesquisadoras que fizeram o projeto.

Por meio de uma pesquisa com alunos e professores de dez instituições de ensino da cidade de Imperatriz, entrevistas com especialistas e enquetes, o grupo expôs os pontos negativos - educacionais e comportamentais - do uso aleatório das tecnologias nas escolas. O trabalho ressalta a necessidade de uma orientação para que os aparelhos eletrônicos sejam usados a favor do processo de ensino-aprendizagem, proporcionando inúmeros benefícios a ele. Camila conta que o tema enfrentou dificuldades de aceitação, principalmente em virtude da visão ainda conservadora de muitos educadores. "Alguns adultos nos diziam que só um trabalho na área de engenharia ou saúde poderia fazer a diferença em feiras científicas. Mas isso nos impulsionou ainda mais. Acreditamos que, em todas as áreas do conhecimento, a tecnologia é fundamental para que aconteçam avanços. O celular, a câmera e outros eletrônicos podem e devem ser usados a favor da educação. A feira é uma oportunidade para mostrarmos às outras regiões do país que os eletrônicos são aliados na escola, não meros fatores de indisciplina e distração", diz.

Outro projeto que chama atenção entre os finalistas não envolve tecnologias muito avançadas, tampouco precisa de grandes investimentos. Mas traz pontos essenciais para o sucesso de qualquer empreedimento científico: observação de um problema e busca de soluções. Realizado por quatro alunos da ETEC de São Roque (SP), o projeto "Crescendo com a tecnologia" surgiu da falta de um laboratório para aulas práticas do curso técnico em informática. "Em nossa escola não há um laboratório específico para fazermos instalação e manutenção de computadores. Nossa professora orientadora sugeriu de fôssemos atrás de um lugar onde pudéssemos fazer uma troca de aprendizagem", conta a aluna Jéssica de Andrade. Com o incentivo, ela e seus colegas encontraram um laboratório desativado, usado como depósito, em uma instituição da região, a escola Zenith Rocha Oliani, voltada para alunos com necessidades especiais.

Projeto "Crescendo com a Tecnologia", que evoluiu de uma necessidade educacional para a inclusão social

Ludimila Azevedo lembra que a montagem do laboratório foi difícil, pois as máquinas eram bem antigas. "Conseguimos, com muito esforço e, no primeiro semestre de 2009 começamos a realizar aulas práticas lá. Então sentimos a necessidade de nos doarmos um pouquinho mais". Por iniciativa própria, os jovens ampliaram o projeto, acrescentando aulas de informática básica para alguns alunos da escola. Assim, todos ganham: uns por praticarem o que aprendem nas aulas, outros por descobrirem como se usa o Word, o Paint e outros aplicativos simples. "Essas pessoas têm necessidades especiais, mas podem ser inseridas no mercado de trabalho, só precisam de capacitação. Como orientadora e educadora, é muito gratificante ver que consegui passar para meus alunos não apenas a parte técnica, mas também a importância da responsabilidade social. Eu plantei uma sementinha e eles cultivaram, cresceram como cidadãos. A tecnologia pode unir as pessoas", diz a professora Kênia da Silva.

Estreantes na Febrace, os dois grupos estão se preparando, com grandes expectativas. A partir do dia 9, durante três dias, a feira proporcionará um momento essencial, no qual finalistas, visitantes e especialistas estarão reunidos. É a chance presencial para todos se conhecerem e exporem suas idéias. "Mais importante que a inovação tecnológica em si, são os jovens, cheios de potencial. Além das premiações disponibilizadas pelos organizadores, incluindo 15 viagens para os Estados Unidos, surgem outras oportunidades. Por exemplo, empresas privadas podem se interessar por algum projeto, oferecer laboratórios e a oportunidade de continuar os trabalhos", diz Roseli. Para incentivar a realização de projetos como esses, a coordenadora ressalta a necessidade de uma mudança de postura dentro das escolas. "As novas tecnologias têm poder de aproximação, só é necessário criar situações para isso na sala de aula. O professor precisa ser um mediador, um provocador. Ele não precisa mais ter todas as respostas, mas sim estimular os alunos a encontrá-las", afirma.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Vídeo de Divulgação - Digital Influência



Conscientização e direcionamento do uso da câmera fotográfica digital e/ou celular  para a educação na aprendizagem escolar é a proposta do nosso projeto. 

O vídeo mostra as etapas da pesquisa realizada nas escolas de Imperatriz-MA em 2009.
O mesmo estará disponível no espaço virtual da FEBRACE 2010.
Esperamos poder mostrar com clareza os nossos objetivos e poder levar a nossa proposta para outras regiões.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Projeto: A influência do uso da câmera fotográfica digital no comportamento e aprendizagem dos estudantes adolescentes de Imperatriz-MA. PREMIAÇÃO NA III FECITEC - 2009


 2º lugar na área de Ciências Humanas.
Credenciamento para a 8ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia - FEBRACE 2010
        Desenvolver um trabalho que busca alternativas para problemáticas no ambiente escolar foi uma forma que encontramos de colaborarmos com a melhoria da Educação. Através da participação na III FECITEC, o nosso projeto levou a um público maior a preocupação com as conseqüências do uso da digital e de outros eletrônicos pelos adolescentes.
        A credencial para a FEBRACE não significa apenas a realização de um sonho, mas a abertura de uma nova porta para discussão, troca de idéias, ampliação da pesquisa e principalmente uma oportunidade de encontrarmos juntos soluções para os problemas gerados pelas novas tecnologias e valorizarmos o que os novos avanços trazem de positivo para a melhoria da qualidade de vida.

domingo, 18 de outubro de 2009

Nota no Jornal O Progresso - Expressão Regional

Estudantes de Imperatriz irão para a FEBRACE
As estudantes pesquisadoras Camila Léda, Beatriz Gonçalves e Layla Adriane, da Escola Santa Teresinha, participaram da III FECITEC - Feira de Ciências e Tecnologia do Sul do Maranhão, que aconteceu de 5 a 10 de outubro de 2009, em Imperatriz, com o projeto A Influência do uso da câmera fotográfica digital no comportamento e aprendizagem dos estudantes adolescentes de Imperatriz, sob a orientação dos professores Ironilson Vasconcelos (Escola Santa Teresinha) e Socorro Bezerra (C.E. Dorgival Pinheiro de Sousa).
O objetivo principal do projeto é despertar os alunos e professores para a necessidade da orientação do uso da câmera fotográfica digital e/ou celular voltado para a aprendizagem escolar, e mostrar os perigos do uso aleatório dessa tecnologia dentro das escolas. Devido à grande relevância do tema e excelente desempenho das estudantes, elas irão representar Imperatriz na FEBRACE – Feira Brasileira de Ciência e Engenharia - Criatividade e Inovação, em março de 2010, em São Paulo-SP.
Parabenizamos as estudantes pelo brilhante trabalho e desejamos muito sucesso em 2010.   
 

Imperatriz-MA, 18 de outubro de 2009 - nº 13629 - ANO 40 
www.oprogressonet.com   

sábado, 17 de outubro de 2009

Entrevista com a professora Cida Marconcine, especialista em Química Ambiental e em Tecnologia da Informação para Educadores.


Projeto: A influência do uso da câmera fotográfica digital no comportamento e aprendizagem dos estudantes adolescentes de Imperatriz-MA

                                                                                                                                                                                                       22.09.2009
Entrevista com a professora Cida Marconcine, especialista em Química Ambiental e em Tecnologia da Informação para Educadores.

Pesquisadora Camila: Bom dia, nós somos alunas da Escola Santa Teresinha. Estamos desenvolvendo o projeto: A influência do uso da câmera fotográfica digital no comportamento e aprendizagem dos estudantes adolescentes de Imperatriz-MA. Nesse trabalho, além de mostrar os pontos negativos do uso da mesma na escola, queremos colocar exemplos de uso positivo e direcionado para educação (aprendizagem) dessa tecnologia. Temos conhecimento do seu trabalho com blogs e de outras atividades que você desenvolve usando a câmera fotográfica e o celular no ambiente escolar de maneira positiva. Por isso, estamos aqui e gostaríamos que você nos falasse um pouco da sua experiência.

Professora Cida Marconcine: Não foi assim de um dia para a noite que comecei a fazer uso da digital e de outras tecnologias. Devo isso particularmente a um aluno, Fernando Ralfer, que tinha ótimo domínio das tecnologias, fazia vídeos, registrava na sua câmera os trabalhos que a gente realizava na escola e trazia para a turma o resultado. Fizemos um trabalho de reciclagem de plástico do qual ele montou um vídeo, converteu todas as imagens para DVD. Ninguém sabia usar nessa época, somente ele. Eu fiquei admirada com o resultado e me questionei: “Se um aluno consegue, eu também consigo.” E a partir daí comecei a trabalhar com essa tecnologia.

Quando fazíamos trabalhos na escola e tínhamos que ir para campo, eu levava os alunos que tinham celulares e câmera digital. Os que não tinham, ficavam na escola produzindo de outra maneira.  Os alunos que iam a campo fotografavam todo o trabalho para depois levarem o resultado à turma. Porém, o número de alunos que tinham essa mídia era muito pequeno. Então, eu emprestava a minha e eles também pediam emprestado de amigos ou familiares. Eu confiava nos meus alunos. Foi criado um laço de confiança e compromisso, pois eu chegava a levar os alunos para minha casa nos finais de semana, onde eu disponibilizava dois computadores e um notebook, e para o NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional), onde eles faziam as edições das imagens, produziam textos e montavam os vídeos.  Com tudo, a partir de 2006 eu nunca mais fiz uma culminância de projeto ou apresentações de trabalhos, usando somente o papel. Passei a fazer uso com os meus alunos de data show, vídeos, fotos e outras tecnologias.


Pesquisadora Camila: Professora, qual a sua opinião sobre o uso da câmera fotográfica pelo aluno na escola?

Professora Cida Marconcine: A câmera digital é de fundamental importância para o aluno, pois ela possibilita que ele seja autor de imagens, texto, e vídeos, basta uma câmera ou um celular para isso. Todas as mídias devem ser usadas pelo aluno para a construção do conhecimento.

“A câmera digital é de fundamental importância para o aluno, pois ela possibilita que ele seja autor...”


Pesquisadora Camila: Qual o papel do professor, diante do uso dessa tecnologia?

Professora Cida Marconcine: O professor deve ser incentivador. Às vezes o aluno tem o celular ou a câmera digital e não usa adequadamente por falta de orientação.  O professor passa a ser orientador e facilitador. E deve utilizar essa tecnologia como ferramenta pedagógica. Quem dá a orientação pedagógica é o professor, que deve oportunizar para o aluno a chance de ser autor.

“Às vezes o aluno tem o celular ou a câmera digital e não usa adequadamente por falta de orientação. O professor passa a ser orientador e facilitador. E deve utilizar essa tecnologia como ferramenta pedagógica.”

Pesquisadora Camila: Em sua opinião, a que se deve a não utilização dessa tecnologia direcionada para a aprendizagem nas escolas?

Professora Cida Marconcine: Em 2005 e 2006, eu sentia uma resistência dos colegas e um determinado tipo de preconceito, quando apresentava os trabalhos desenvolvidos pelos meus alunos. Os professores alegavam que não tinham capacitação. Hoje as escolas possuem laboratório de informática e os professores recebem cursos de inclusão digital oferecido pelo Estado , e o uso dessa tecnologia ainda não é hábito dos educadores. Atualmente, eu sou multiplicadora, trabalho na capacitação de professores da rede pública para o uso das tecnologias na educação e vejo nos relatos dos meus professores cursistas, que eles têm dificuldades em levar seus alunos ao laboratório. Mas eu conseguia e os meus alunos tinham interesse nos projetos, pois dava a eles a responsabilidade de produzirem e orientava para o uso não só da câmera digital, mas de outras tecnologias também. Fato que facilitava tudo. Os alunos ficavam motivados, produziam para aprender e não para ganharem pontos. Eu transformava a qualidade em quantidade por ser uma exigência da escola, (referência feita a notas avaliativas). A câmera passou a fazer parte do cotidiano de minha sala de aula como instrumento para contextualizar o conteúdo. Então, eu não culpo o governo nem o município pelo não uso das mídias na escola, mas ao próprio processo educacional que é lento, aqui no Brasil. Enquanto que o aluno, já nasceu vendo o computador, o professor agora é que está tendo contato com essa tecnologia. Eu mesma, só despertei para o uso da digital em 2005, e somente em 2006 comprei a minha primeira câmera. Eu acredito que a formação que o professor recebeu, não favorece esse hábito. Mas em alguns anos, acredito que isso acontecerá.

Professora Cida Marconcine: E na Escola Santa Teresinha, vocês fazem uso do laboratório de informática?

Pesquisadora Beatriz: Sim, mas só no período de preparação para a Feira ou no desenvolvimento e culminância de projetos. Ou seja, não é um hábito diário. Entretanto o nosso trabalho já é um exemplo do despertar do aluno para o uso da tecnologia direcionada para aprendizagem.

Professora Cida Marconcine: A nossa realidade, Beatriz, é que tanto a escola pública quanto a particular têm a mesma visão. Não é a falta de recursos, mas o processo educacional que é lento e a formação do educador que não foi direcionada para essa prática.

Pesquisadora Layla: Professora, qual a sua opinião sobre o nosso tema: A influência do uso da câmera fotográfica digital no comportamento e aprendizagem dos estudantes adolescentes de Imperatriz-MA.

Professora Cida Marconcine: Eu fiquei muito feliz com o tema que vocês escolheram. O uso da câmera digital como facilitadora da aprendizagem com certeza irá despertar na escola e em outras pessoas o interesse pela pesquisa em outras áreas do conhecimento.

“O uso da câmera digital como facilitadora da aprendizagem com certeza irá despertar na escola e em outras pessoas o interesse pela pesquisa em outras áreas do conhecimento.”

Pesquisadora Camila: Obrigada pela entrevista, enriqueceu muito o nosso trabalho. Parabéns por seu trabalho com produção de blogs e pelas outras atividades desenvolvidas com seus alunos e com os professores, através das capacitações. Você é um exemplo de uso positivo da tecnologia dentro da Educação. A sua contribuição valeu por dez. Vamos divulgar o seu trabalho na FECITEC como educadora, que já faz uso da câmera digital e de outras tecnologias contribuindo para melhorar o comportamento e a aprendizagem do estudante adolescente da nossa cidade e de outras, pois através da internet esse trabalho pode chegar a outras cidades e ajudar outros educadores.

Professora Cida Marconcine: Parabéns pelo trabalho de vocês, pela idéia. Que sejam sucesso na FECITEC e em outras feiras. Estarei torcendo por vocês.
  


Beatriz Oliveira, Camila Léda (estudantes), professora Cida Marconcine,
Layla Ananias (estudante)  e professora Socorro Bezerra

Professora Cida Marconcine recebeu o prêmio Educare de 2007, com o projeto Construção de Blogs (categoria ensino médio, uso da internet), orientou o Projeto Reciclagem de Plásticos, premiado na I FECITEC.


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Enquete


Participação na XX MOCEEST (Escola Santa Teresinha)

Apresentação do Projeto na XX MOCEEST e Realização  de Enquete.


Estudantes pesquisadoras: Camila Léda, Beatriz Gonçalves e Layla Adriane

    
      No dia 20.09.09 aconteceu a XX Mostra de Ciências e Engenharia da Escola Santa Teresinha.

   Nosso Projeto: A influência do uso da câmera fotográfica digital no comportamento e aprendizagem dos estudantes adolescentes de Imperatriz/MA,  ficou em 1º Lugar na Categoria  Junior de Ciências Humanas. Já estávamos na lista de finalistas para participação na III FECITEC - Feira de Ciências e Tecnologia do Sul do Maranhão, e a MOCEEST foi uma experiência positiva, onde tivemos a oportunidade de apresentar o projeto para um grande número de pessoas e ao mesmo tempo verificarmos junto à comunidade a relevância do nosso tema. Despertando o interesse dos alunos e professores para o uso orientado dessa e de outras tecnologias voltadas para aprendizagem escolar e mostrando os riscos do uso aleatório das mesmas, estamos de alguma forma contribuindo para a melhoria do ensino aprendizagem nas nossas escolas, e isso torna gratificante a realização desta pesquisa. Queremos ampliar o nosso trabalho e levar a nossa preocupação a  outras pessoas.


  Professores orientadores: Iron Vasconcelos e Socorro Bezerra



Premiação - XX MOCEET - Escola Santa Teresinha - Imperatriz/MA

Enquete

Na sua opinião o uso da câmera fotográfica digital influencia no comportamento e aprendizagem dos estudantes adolescentes? Comente



domingo, 11 de outubro de 2009

Adolescentes usam o celular para estudar, conversar e até colar.




Lei sobre proibição de uso do aparelho em escolas acende polêmica entre pais, alunos e professores.

Está ficando cada vez mais difícil viver nas grandes cidades sem o progresso da tecnologia. Mas será que sala de aula é lugar de celular? Uma nova lei que entrou em vigor esta semana na cidade de São Paulo esquentou a polêmica entre alunos, pais e professores.

Adolescentes e celulares são praticamente inseparáveis. A garotada carrega os aparelhos pra cima e pra baixo. Inclusive na escola. No recreio e nos intervalos, o uso está liberado, mas nas salas de aula eles têm que ficar desligados. É o que diz a nova lei municipal de São Paulo. Os alunos concordam que celular na classe atrapalha.

“Desconcentra todo mundo”, conclui Mariana Mateus, de 16 anos.
“A atenção que tava no professor vai para pessoa que o celular está tocando”, explica Gabriela Cabral, de 14 anos.

Mas não faltam argumentos pra defender os aparelhos. “Você pode filmar a lousa pra não ter que copiar toda a matéria”, conta Andreza Coelho, de 16 anos.

“Se eu tenho uma prova depois da aula, no recreio, eu uso pra pesquisar sobre a matéria”, disse Theodoro de Paula, de 14 anos.

“Se você dá uma boa educação para o seu filho, ele vai saber usar o celular adequadamente em qualquer lugar”, defende Oscar Pereira, pai de aluno.

O problema é que a tentação é grande. “Escuto música”, confessa Jefferson Marques, de 14 anos.

E tem os que vão mais longe. Olha a explicação de como fazer cola com o celular: “Você tira uma fotografia da resposta e manda para o aluno que está do lado”, explica Jeferson Quirino, de 15 anos.


No Rio de Janeiro, onde há lei semelhante a São Paulo, a garotada também abusa. “De vez em quando, eu fico jogando joguinho. Quando a aula não está muito agradável”, conta Ricardo Magalhães, de 17 anos. “Não tem como ter uma aula sem uma mensagenzinha de texto”, confessa Luiza Moreira, de 18 anos.

A orientadora educacional Cristina Catão lembra: “passei por situações complicadas de ter que tirar o aparelho celular do aluno”.

A coordenadora Teresa Galhardo explica: “um dia eu devolvo no final do dia; se é reincidente, eu devolvo no dia seguinte; e se é re-reincidente a gente combina da família vir apanhar”.

Os pais também vivem na maior ansiedade. “Às vezes, eu quero ligar, mas lembro que ela está no período de aula. Aí procuro ligar no horário do recreio”, confessa a dona de casa Valderez Teixeira.

“Eu desligo o celular e ela fica: por que você não me ligou? Por que você não me atendeu? Eu falo: mãe, mas eu estava na aula, não podia atender!”, reclama Ana Carolina Teixeira, de 15 anos.

Nas escolas do Ceará, o aviso é claro, mas a maioria dos alunos ignora. “Eu sempre abaixo a cabeça e atendo o celular”, diz Laila Oriá, de 16 anos.

Natália Porto, de 16 anos, confessa: “Eu deixo no silencioso, no meu bolso. Só que, às vezes, eu atendo”.

“O silencioso deixa a tensão de que você vai receber uma ligação, de que você vai receber uma mensagem. Então, você vai ficar curioso de olhar. E você sacando o celular do bolso, chama a atenção de um grupo que começa a chamar a atenção da turma toda”, explicao professor Davis Posso.

Estudantes do Rio Grande do Sul, onde também há uma lei que proíbe o celular em sala, não concordam com a necessidade de desligar o aparelho. “”Tem que deixar no bolso e se vibrar, pede pra sair. Mas desligar geral ,eu acho que não é legal”, defenda a estudante Gabriela Kras.

“Ficar sem atender realmente não dá. Eu preciso me comunicar com o mundo, eu não posso me isolar dele”, reclama Thuila Ferreira.

“O desafio maior do professor é como fazer o aluno prestar atenção em um mundo em que os dispositivos tecnológicos, por um lado, facilitam o aprendizado, mas por outro lado têm um potencial dispersivo muito grande. Então, é genial casar as duas pontas do sistema: o que eles mais gostam com o que eu preciso transmitir”, explica Giselle Beiguelman, professora de pós-graduação em Comunicação e Semiótica PUC-SP.



No Rio, o artista plástico Luiz Alphonsus orientou 70 alunos de doze escolas públicas do país a usarem o celular como instrumento nas aulas de artes. Os estudantes faziam vídeos, registrando curiosidades do cotidiano deles.



“E depois a gente botava isso num blog e compartilhava com o Brasil todo”, conta Arthur Rodrigues, de 16 anos.



O resultado é uma exposição em cartaz no Parque Lage. “É impossível você vencer a tecnologia com leis. O que você tem que fazer é adaptar essa tecnologia pra ser usada de forma correta”, comenta o artista. “Hoje, a gente tem celular para reproduzir música, para tirar foto, para tudo. E poder usar isso pra aprender, é melhor ainda”, finaliza Arthur.

Reportagem exibida no Fantástico no dia 20-08-09.
Fonte: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1311421-15605,00.html